"... Sei que me adoras longe dos meus olhos. Longe dos olhos dos outros. Longe dos minutos de silêncio, onde as palavras se resumem a pensamentos. Estou presente. Não preciso de o saber a todo o momento. Nem que me telefones. Mas eu preciso que me faças sentir amada, notada!. Que me mostres estampada no teu rosto é o que me basta. Mas, mataste-me porque não me amaste uma única vez. Era tão tua como o Mundo é nosso quando nos amamos numa cama. Fiz figas atrás das costas, "um dia quem sabe" e rezei a todos os anjos para me darem o teu coração. Um pouco. Senti tantas vezes a ferida arder, outras tantas tapavas com a tua mão o meu sofrimento e era aí que via o teu carinho por mim. Dizias-me "Não estragues tudo com perguntas parvas!" Por isso, aprendi a chorar na esperança de me dares atenção desmedida. Distraída, fui perdendo a noção da realidade. Acabei por explodir por não me quereres, mas querias que eu continuasse a querer-te. E de repente, mataste-me em mim a vontade de te amar. Disseste-me que havia muito mais para além do visível...Que com ela sabias que havia entendimento quase perfeito, e comigo...era uma incógnita! Éramos perfeitos como amantes, mas o resto... era um vazio.. que eu sempre soube tudo. Já eras comprometido. Um homem como tu não está sozinho. Não gosta de andar sozinho. "Mas porra, tu és mulher e já devias estar à espera. É uma questão de atenção, sexto sentido!".
Não tenho coragem para te dizer. És o homem da minha vida. Não tenho coragem para te dizer. Tenho vergonha de assumir. Não quero que o homem da minha seja alguém ruim. Capaz de tudo para me magoar. Não tenho coragem para te dizer. E todos os dias dou-te a prova que assim é... Mas tu não vês!"
Há relações complicadas, mas quase sempre uma semelhança entre elas. Teorias que nascem e se escrevem, quase todas da mesma forma. Com o mesmo sentido. Quase todas com o mesmo fim. E todas com o mesmo inicio...
